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Servir às pessoas e fortalecer as organizações sociais.

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

EMEF David Canabarro: sessão da Câmara na 6ª “Prefeitura Mais Perto”


A professora Fernanda, diretora desta escola, fez uma fala na sessão de abertura nesta 6ª edição do programa Prefeitura Mais Perto, destacando a relação pedagógica da comunidade territorial do entorno sendo acolhida pela comunidade escolar. Dizia que valia a pena os alunos, os professores e servidores da escola alterarem a cotidiana rotina escolar para um outro e importante aprendizado de cidadania, citando Edegar Morin. O vereador Patrício, falando em nome da presidência da Câmara, desafiou a cada aluno abordar os servidores e gestores ali estavam para saber quem são e o que fazem, no sentido de ampliar a compreensão do alcance desta programação que oportuniza o acesso imediato do cidadão a vários serviços públicos. 
Ou seja, esse tema do exercício da cidadania como um processo de aprendizado é um eixo fundamental nos mandatos dos vereadores, em particular, aos vereadores do Partido dos Trabalhadores. Para mim que convivo nesta região territorial há cerca de 40 anos, espaços públicos como esta escola revivem lembranças que povoam minha memória das lutas pela moradia e pelas condições de habitabilidade, dentre estas o acesso à escola, nesta região noroeste de Canoas. No filme dos 34 anos de caminhada do David Canabarro, relembro a luta inicial dos Clubes de Mães das Comunidades Eclesiais de Base realizando abaixo-assinados, manifestações públicas e agendando reuniões com os gestores da época para que seus filhos tivessem acesso à educação básica. Destaco aqui presente Dona Generosa dos Santos, que na época foi uma protagonista e viu praticamente todos os seus seis filhos, aqui serem alfabetizados e realizarem seus primeiros anos de aprendizado.
Este terreno em que a administração municipal do então prefeito Cláudio Schultz se situa numa nesga de terra em uma área regularizada do bairro Mathias Velho, junto a Rua Florianópolis que se tomarmos da Rua Livramento até a Rua São Sepé, são hum mil metros de extensão por 50 metros de largura. No entanto, ao norte desta área, temos 50 mil metros quadrados da Vila União dos Operários com seus 1.227 lotes e ao sul, a Vila Sano Operário com seus 112 hectares e 3.342 lotes, sem contar a Vila Natal. Ou seja, mais de cinco mil famílias chegaram aqui neste território no período entre os anos de 1980 e 1986, exigindo que os gestores da educação pública estadual praticamente duplicassem o espaço das escolas São Francisco, Tereza Francescutti e Guilherme de Almeida; e, os gestores municipais construírem três novas escolas na região (Thiago Wurth, João Paulo I e David Canabarro), além de incentivarem a comunidade Luterana, a instalar duas escolas comunitárias: Santa Cruz e São Mateus.
A EMEF David Canabarro inicia com meia dúzia de sala de aula, das quais ainda hoje se conservam três, evidentemente com suas múltiplas reformas. Após uma década, outra meia dúzia de salas de alvenaria foram construídas para aulas e serviços administrativos. Iniciando a terceira década de existência, um prédio de alvenaria de dois andares perfazendo hoje a escola com vinte salas, 17 destas para atividades de aprendizagem para os alunos e 3 de atividades meio. Mas, foi após 30 anos de existência que receber em 2015 uma bela cancha coberta, a qual possibilita com qualquer tempo a realização das atividades esportivas, de lazer e integradoras da comunidade escolar. É preciso que se destaque os avanços das últimas duas gestões não só em termos de inovações pedagógicas, mas também em relação ao uniforme, ao material didático e à merenda escolar. Porém, no território houve nos últimos anos melhorias como o asfaltamento de todas as ruas, fato que interfere diretamente na qualificação da vida do aluno desde sua casa, na rua e no interior da escola em termos de aprendizagem. Deixar de habitar um local e transitar em uma rua com pó no verão e barro no inverno é bem diferente de conviver com ruas asfaltadas e terrenos regularizados, assim como, impacta de modo diferenciado em termos de saúde, auto-estima e qualidade de vida no ambiente escolar.
Enfim, processos das gestões anteriores como Orçamento Solidário (2001-2008) Orçamento Participativo, Prefeitura na Rua e Plenária de Serviços (2009-2016) e, na gestão atual, o Prefeitura Mais Perto são momentos que dinamizam a cidadania, conectando o cotidiano do cidadão ou do aluno com as funções e serviços públicos com seus gestores. Por isto, par nós da bancada do PT, ter mais ou menos ações e processos voltados a participação cidadã é um eixo fundamental de louvar ou criticar as gestões públicas. Lamentamos que esta gestão tenha atuado para enterrar instrumentos como o Orçamento Participativo, Congresso da Cidade, Plenária de serviços, Audiência aberta com o prefeito. Reconhecemos a importância, com elementos inovadores do Prefeitura Mais Perto em relação à Prefeitura na Rua. Porém, no conjunto do Sistema Público de Participação Cidadã que havia na gestão passada, o Prefeitura Mais Perto” e o “Prefeitura Tá na Área” com uma preocupação em atender necessidades imediatas individuais ou de melhorias na infraestrura pública, o que um serviço público correto e importante, permanece muito aquém do que compreendemos como uma política de participação cidadã, tanto na quantidade quanto na qualidade.  
(EMEF David Canabarro, 26/set/2019)

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Artigo: Vila União dos Operários, Canoas, RS: luta por moradia e habitabilidade (1980-2014)

O estudo tem como objeto as lutas por moradia e melhores condições de habitabilidade ocorridas em Canoas, RS, entre 1980 e 2014. Centra a atenção no processo histórico da ocupação de terreno pertencente a um Jóquei Clube, localizado no Bairro Mathias Velho, dando origem à Vila União dos Operários. Foram 34 anos de luta, por parte dos moradores, que passaram de ocupantes a proprietários de seus lotes. Para dar conta da pesquisa, foram utilizadas fontes escritas e orais, estas produzidas a partir de grupos focais. Teoricamente, o trabalho fundamenta-se em pressupostos da História Social e História Urbana e na Sociologia e Antropologia urbanas, dialogando por meio do conceito de memória social. Constatou-se, a formação de um movimento social de luta que culminou com a posse legal de um território urbano, a partilha dos lotes e a presença de sociabilidade na construção de equipamentos urbanos e de moradias.
Palavras-chave:Vila União dos Operários; Luta por moradia e habitabilidade; Movimento social

https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/Memoria/article/view/13333/8645

Monografia: MEMÓRIA SOCIAL DAS LUTAS PELA MORADIA NAS NARRATIVAS DOS MORADORES DA VILA UNIÃO DOS OPERÁRIOS – CANOAS/RS

O presente trabalho investiga, no campo da memória social e da sociologia, como os moradores da Vila União dos Operários dão conta do movimento social de luta pelo acesso à moradia e das mobilizações por melhores condições de habitabilidade ocorridas entre 1980 e 2014. São utilizadas categorias de análise sociológica como ator social, força social, exclusão social, resistência e identidade coletiva para compreender as dinâmicas deste movimento social. No campo teórico da memória social, os conceitos de enquadramento da memória, memórias organizadoras, memórias factuais, identidade social e trabalho de memória são as categorias, dentre outras, que conduzem esta investigação, confirmando a hipótese de que as memórias que povoam abundantemente as narrativas destes moradores estão ancoradas em eventos e acontecimentos que permitem compreender as dinâmicas deste movimento social. As memórias produzidas pelas falas dos atuais moradores são conduzidas e confrontadas com dados de fontes documentais primárias recolhidas junto à comunidade e suas organizações sociais, dentre outras, a Associação de Moradores da Vila União dos Operários – AMVUO e a Associação da Horta Comunitária União dos Operários – HOCOUNO. Os resultados deste trabalho, em particular, a reconstituição detalhada desse movimento social ancorado nas lembranças dos moradores como atores sociais e a produção de uma exposição visual com 10 banners utilizando fotos e documentos de seus principais eventos e acontecimentos, pretendem ser uma contribuição às ações das linguagens culturais desenvolvidas no Ponto de Cultura da HOCOUNO, em particular do desenho, fotografia, música, vídeo e teatro.
Palavras-Chave: memória social, memórias organizadoras, trabalho de memória, movimento social e identidade social.
https://biblioteca.unilasalle.edu.br/docs_online/tcc/mestrado/memoria_social_e_bens_culturais/2015/ifiorotti.pdf

terça-feira, 24 de setembro de 2019

O minuto de silêncio que não foi possível


(Publicado no Diário de Canoas em fevereiro de 2017)
            A convalescência e morte de Marisa Letícia Lula da Silva oportunizaram manifestações contraditórias de memória coletiva brasileira. Houve gestos de solidariedade de personalidades públicas - ex-presidentes e o atual presidente da república, dentre outros –, de líderes e militantes sindicais e partidários com os quais Marisa foi liderança seminal. Os meios de comunicação repercutiram a dor e o luto desta finda trajetória histórica que enriqueceu o movimento social.
No entanto, indignas manifestações de ódio, rancor e ressentimento inundaram as redes sociais, comemorando a sua partida como um expurgo social.  Muitas dessas, justificadas em nome de Deus e de princípios cristãos. Ora, os princípios cristãos não pregam a tolerância, a paz e a solidariedade para estes momentos? Deriva da sabedoria bíblica a máxima popular: “Deus condena o pecado, mas ama o pecador”. A reação do Papa Francisco foi contundente: “Quando você comemora a morte de alguém, o primeiro que morreu foi você mesmo”.
Espero que tenha sido uma exceção e não uma regra o que ocorreu na sessão legislativa canoense do dia 7 de fevereiro, quando a vereadora Maria Eunice, com o apoio dos vereadores da bancada do PT, propôs um respeitoso minuto de silêncio. Em ato inédito, o presidente não acolheu a solicitação e a colocou em debate e deliberação do conjunto dos vereadores. Após 40 minutos, uma maioria de nove a sete impossibilitou o ato. Este debate está postado no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=hfTJwVpBVAo.
Argumentos de disputa de posição política ou de intolerância social não dão conta deste fenômeno. Identifico uma perda dos valores próprios do luto e da tradição representativa de legisladores em solidarizarem-se com os milhões de brasileiras e brasileiras que sofreram a perda desta mulher, esposa, sindicalista, militante política e ex-primeira dama por oito anos da república brasileira!
Ivo Fiorotti, vereador, teólogo e mestre em Memória Social e Bens Culturais.

sexta-feira, 30 de junho de 2017

2015 - Frei Betto, Leonardo Padura e as bem-aventuranças

     Os escritores Frei Betto e Leonardo Padura são daqueles que não esconderam as mazelas da luta interna das esquerdas socialistas. Através deles conhecemos mais detalhes do emblemático assassinato de Leon Trotski, a mando de Stalin. Suas vidas, falas e escritos permanecem sendo alimentos saborosos, de pão e beleza, que mantêm vivos os sonhos e a luta cotidianamente construída dos militantes da civilização humanitária. Nós, os filhos da utopia da vida em abundância e feliz, includente de todos, com todos e para todos.
         Iniciei minha militância política em ambiente universitário ouvindo de muitos colegas de esquerda que nós “igrejeiros” não éramos confiáveis. Nos jogavam na cara que os frades dominicanos possibilitaram a prisão de Carlos Marighela. Alguns falavam de traição. Foi Frei Betto quem nos desvendou estas mentiras inicialmente disseminadas para dificultar a união das esquerdas com os textos Cartas da Prisão e Batismo de Sangue, revelando a barbárie da ditadura e a perseverança dos militantes pela democracia. Seus escritos ajudaram a criar o espaço de diálogo e coesão no campo da esquerda. Foi um dos que contribuiu com a união de militantes das igrejas cristãs, do sindicalismo e dos grupos marxistas, no final da década de setenta e início de oitenta. Participou da construção de ferramentas como a Central Única dos Trabalhadores, o Partido dos Trabalhadores e tantas organizações do movimento popular e social do Brasil recente.
         Já na década de sessenta aprendeu a indignar-se com a desigualdade social produzida pelo capitalismo. Militante da juventude estudantil de inspiração francesa, bebeu das fontes de Jesus Cristo e de Karl Marx. Fé e coerência histórica com os excluídos sustentaram a resistência no cárcere dos anos setenta. Agentes de pastoral, profissionais liberais, militantes comunitários e sindicalistas passaram a lotar auditórios para beber de suas reflexões atualizadoras. Sua vida, escritos e falas fortaleceram os que lutam pela superação das desigualdades e exclusões. 
         Ao ler “O homem que amava os cachorros” de Padura, mais do que rememorar as artimanhas do assassinato de Trotsky, identificamos os desejos e as ações cotidianas que alimentam e fortalecem nossa incessante luta emancipatória. Que honra tê-los juntos, no dia 29 de junho na feira do livro, nesta cidade canoense que inclui com inovação e participação. Para mim, será a oportunidade de ouvir a voz deste Padura tenho ouvido pelos seus escritos e reouvir as falas de Frei Betto. Em especial, a versão das oito bem-aventuranças do eterno Nazareno, traduzidas nas vias sempre atuais dos que querem buscam ser felizes.


Ivo Fiorotti, vereador e Mestre em Memória Social e Bens Culturais.

2016 - Carta aos Moradores da Santo Operário e União dos operários

Canoas, setembro de 2016.

Prezado (a) morador (a),
       
        Sou vereador e candidato à reeleição. Tomo a liberdade de pedir-te um voto de confiança a ti e a teus familiares para mais quatro anos na Câmara de Vereadores, sob o número 13114. Para manter as conquistas e continuar as mudanças, apoio Beth Colombo e Mario, número 10.
 Tenho orgulho de minha história comunitária como frei capuchinho nos anos oitenta na luta pela moradia junto ao povo das vilas. Nos anos noventa, continuei militando pela ampliação dos serviços públicos. Moro na vila União dos Operários. Agora, tendo dois mandatos na Câmara de Vereadores, sou reconhecido como o Vereador da Participação!
Mobilizei a União dos Operários, a Santo Operário e outras vilas que conquistaram no Orçamento Participativo o asfaltamento das ruas e a regularização fundiária com a escrituração dos terrenos.  Dentre as propostas para um novo mandato, acrescento a luta pela melhoria das calçadas e a organização da Central de Prestação de Serviços para trabalhadores autônomos.
Com o lema de “representar as pessoas e fortalecer as organizações sociais” sou o vereador que tem 42 leis aprovadas pelos vereadores e sancionadas pelo executivo. Tenho o maior número de leis sancionadas nestes dois últimos mandatos. Sou Líder de Governo na Câmara de Vereadores por três anos, defendendo e articulando a aprovação dos projetos do prefeito Jairo Jorge junto aos vereadores.
Quero ser vereador por mais um mandato. Se já tive a oportunidade de te pedir pessoalmente o voto, peço-te novamente.  Se ainda não tive esta oportunidade, peço-te agora com carinho e humildade o teu voto, Ivo Fiorotti, número 13114. Merecendo teu apoio, peço-te para que me recomendes aos teus familiares e amigos. Assim, estarei novamente na Câmara para apoiar e defender o futuro governo Beth Colombo e Mário Cardoso, número 10.
Meus sinceros abraços e muito obrigado!

Vereador Ivo Fiorotti

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Breve histórico de Mario Antônio Dhein – Líder Comunitário 2014

O administrador de empresas, Mario Antônio Dhein, nasceu em Ijuí e desde cedo demonstrou interesse pelo auxílio a comunidades. Seu Mario se tornou líder estudantil no quinto ano do primário, quando estudou no grupo escolar Rui Barbosa. Logo depois, ajudou a criar o Grêmio Estudantil da Escola de contabilidade Duque de Caxias. O administrador também organizou a cooperativa escolar da Escola Parobé de Porto Alegre, sendo intitulado o primeiro presidente da organização.

Seu Mario foi professor estadual por 16 anos na escola técnica 25 de Julho de Ijuí, onde foi presidente do centro de professores. Também era funcionário graduado na Cotrijui, quando assumiu à presidência da associação de funcionários. Logo depois, em 1991, se tornou escoteiro, elevado à condição de comissário distrital da União de Escoteiros do Brasil para a região noroeste do estado, que abrange 55 municípios.

Ajudou a fundar, em Canoas, a Associação de Moradores da Santa Isabel. Em 2003, se tornou membro da diretoria executiva da União de Associações de Moradores de Canoas – UAMCA, além de participar da fundação da Federação Gaúcha de Associações de Moradores – FEGAM, onde ocupou o cargo de diretor, por ocasião do aniversário de Canoas (21 de junho de 2010). Seu Mario foi agraciado pelo prefeito Jairo Jorge com à medalha Pinto Bandeira, pelos: “serviços em favor da pessoa humana”.

Atualmente, Seu Mario é presidente do Conselho Municipal de Saúde de Canoas e Secretário Geral da UAMCA, ocupa o cargo de sócio fundador do Lions Clube Canoas Niterói, responsável pelas funções de diretor de comunicação, participa do Conselho de Desenvolvimento Social - CDES, integra o conselho Municipal sobre Drogas, o conselho do Orçamento Participativo e o Conselho Deliberativo da ABC/HNSG.